Meu filho está deprimido, o que fazer?

O que fazer quando seu filho está deprimido?

A adolescência é, sem dúvida, uma fase marcante na vida. Tudo é intensamente vivido, afinal, as emoções e os hormônios estão literalmente à flor da pele. Mas, você percebe que seu filho está deprimido, como é possível?

Seu filho certamente já precisou de ajuda médica para questões físicas como viroses, gripes, um braço quebrado, algo que o corpo físico precisou de cuidados e tempo de recuperação.

E por que será que a maioria dos pais negligenciam a busca por profissionais da área da saúde mental ?

Nossos olhos não são capazes de ver o sofrimento emocional de um filho deprimido. Um braço quebrado você vê, uma depressão você não vê e assim sua mente imagina o que poderia ser essa depressão.

Por isso é comum muitas pessoas imaginar ser frescura, corpo mole ou até mesmo ignorar a pessoa por completo esperando uma reação, algo que não acontece.

Essa é a grande complexidade quando falamos sobre a saúde mental e emocional.

Leia também sobre o impacto das redes sociais e a saúde mental:

A importância da compreensão

A depressão não é uma doença física, a pessoa pode ir ao médico fazer vários exames e não apresentar nada específico. Você consegue entender que depressão é uma doença mental e emocional ?

A pessoa em depressão se queixa de dores físicas, como taquicardia, falta de ar, angústia no peito, dores variadas… O nome disso é “psicossomático” ou seja o corpo apresenta os sintomas físicos, porém é tudo psicológico. Isso não quer dizer que não dói, e sim que é a mente que produz as dores, por isso o tratamento psicológico é essencial.

As feridas são invisíveis e sangram, produzindo dor e muito sofrimento. Consegue imaginar ?

Segundo a OMS, no mundo, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. No Brasil, este número é de mais de 11 mil, e vem crescendo a cada ano. Há uma estimativa de 1 caso a cada 46 minutos! Veja esse link com os dados.

Para os adultos talvez seja difícil compreender como a depressão é tão comum atualmente entre os adolescentes, eles se perguntam: como alguém tão jovem pode estar doente desta maneira?

Por isso, muitos julgam ser “frescura”, o que na verdade é uma doença que se não tratada pode ser fatal.

Assim, tanto o próprio jovem precisa compreender que se trata de uma doença e que tem sim um tratamento adequado, como os adultos, que são os responsáveis por buscar ajudar ao menor.

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Motivos que desencadeiam a depressão

Explicar o que desencadeia uma depressão é muito complexo, pois para entender é preciso uma análise minuciosa de cada caso e de todos os detalhes envolvidos. Porém, podemos citar alguns pontos como base para reflexão.

As mídias sociais vieram para ficar e já faz parte da rotina em nossa sociedade. Não podemos evitar nem proibir os avanços tecnológicos, precisamos saber usar de forma saudável.

As mesmas redes sociais que aproximam pessoas, podem separar ou servir como um verdadeiro muro de exposição, nesta fase instável, isso pode ser algo muito complicado.

Eu sou de década de 80, na minha adolescência não tinha internet, e mesmo assim eu sofria horrores com meus amores, desamores e questões corporais. Agora imagine a geração atual que não sabe o que é viver sem internet e o mundo virtual se confunde com o mundo real ? Como é ver exposto modelos, padrões, cobranças o tempo todo. Você consegue entender o sofrimento desses jovens?

O motivo nem sempre é compreensível para o adulto mas, isso não significa que não haja sofrimento ao jovem.

Muitas vezes os adultos entendem como “problemas” questões do “mundo adulto” como: questões financeiras, emprego, carreira, relacionamentos, filhos, família e etc.

Contudo, é preciso entender que os jovens se preocupam com outras questões como: aparência física, aceitação social, início vida sexual, insegurança, reconhecimento e até solidão.

Sim, nossos jovens se sentem sozinhos. A dramatização das questões que geram sofrimento aos jovens e a exposição para outras pessoas (não falar diretamente com o jovem e sim expor o sofrimento para outras pessoas na sua presença) só agravam a situação.

Respeito

Exemplo prático: falar da vida do seu filho, sem antes conversar diretamente com ele, é uma exposição que causa distanciamento na relação. Você já fez isso em algum momento? Repense, peça desculpas e não faça mais. O respeito é sempre uma via de mão dupla. Comece sempre fornecendo o respeito e depois exija o mesmo tratamento.

Frustração

Outra questão importante é não saber lidar com a frustração. Quantos “não” você recebeu quando criança? E jovem ? Quantos “não” você já falou para seu filho?

Eu entendo que como pais nós queremos proporcionar TUDO que algum dia nos foi privado, porém quando permitimos dar “tudo” sem colocar um limite e dialogar sobre o valor das conquistas, estamos criando filhos sem limites e que não sabem lidar com a frustração.

Por causa da ausência do “não” familiar, quando a vida dizer “não” eles não serão capazes de reformular e buscar o sim, pelo simples fato de que não foram ensinados a trabalhar a frustração e terem determinação, superação e paciência.

Como ensinar seu filho lidar com a frustração?

Na prática, atitudes simples que geram ensinamentos para a vida toda. Aos pais com crianças pequenas, ir ao supermercado é uma aventura e um excelente local de aprendizado. Converse com a criança que ela tem o direito de escolher entre um ou dois itens (seja chocolate, bolacha, o que for), a criança SEMPRE vai testar o limite que você colocou, sempreeeeee. Quando a criança chegar com mais itens, é hora de conversar sobre ESCOLHAS, e deixe a criança escolher, pode ter cara emburrada, choro, sim pode, faz parte do processo de frustração e aprendizado e repetir como um mantra: “não adianta chorar, escolhe o que você quer, são só dois itens”, BINGO, vai por mim que funciona e nunca mais passe vergonha nos supermercados nem em lugar algum pois a conversa sempre acontece ANTES, os combinados, o respeito pelas escolhas. Não é imposição, é diálogo e negociação, entendeu?

Diálogo aberto sempre

Conforme os filhos crescem, os acordos são outros: horários para voltar, locais para sair, viagens e amizades, quando a relação é construída no respeito, diálogo e negociação, os acordos acontecem de forma tranquila. JAMAIS tenha medo de dialogar com seus filhos, independente do assunto, tem que haver diálogo aberto, acolhimento e um retorno sobre o assunto. A maior riqueza para os pais é ter a confiança dos filhos e vice-versa. Construa a melhor relação da sua vida (você e seu filho) baseada no afeto.

Suicídio na juventude

Ninguém pensa em tirar a própria vida se estiver tudo bem. Quando se pensa em suicídio, pensa em acabar com a dor da angústia alojada já algum tempo no peito. E essa dor não passa, ela só aumenta.

A solução para o suicídio existe e é em vida! É preciso ter diálogo constante e observar a rotina de perto, perceber qualquer alteração no comportamento e dialogar de forma aberta e clara.

Quem está inserido no problema não consegue ter essa clareza. Por isso é muito importante a observação da rotina, dos hábitos, dos amigos e um diálogo aberto.

Como estão os jovens de sua família ? Você tem conversado com eles ?

Como resolver ?

O caminho é buscar tratamento profissional, através do psicólogo e psiquiatra, que saberão lidar com o adolescente da maneira correta. Porém, quando buscar ajuda?

É preciso que os pais estejam atentos aos seus filhos, pois geralmente eles não vão se abrir, isso é algo muito complicado para eles. Então, note mudanças como isolamento ou se o adolescente deixou algum hábito que gostava.

Nesta hora, tire um tempo para conversar cara a cara, de maneira calma e aberta, incentivando o jovem ao tratamento. Com certeza seu incentivo é importante para que ele se sinta amado e compreendido.

Com calma e ajuda, é possível combater a depressão na adolescência. Fique à vontade para enviar whatsapp e relate sua experiência!

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